Não é por acaso que a Holanda é considerada como local mais seguro do mundo para a bicicleta. Suas políticas de sustentação de projetos voltados para o ciclista levaram alguns anos para a realidade em que se encontra hoje. Muitos fatores contribuíram para o avanço de sua infra-estrutura cicloviária, entretanto é a segurança em números que parece ser mais significativa para a adesão em massa. Numa análise superficial é provável que infra-estrutura e segurança sejam as verdadeiras colunas do sucesso por lá. Minha opinião é que existem alguns conceitos sobre segurança que são determinantes para que o cidadão comum escolha a bicicleta como opção primeira em seus deslocamentos pela cidade. Em primeiro plano, a segurança real é aquela proporcionada pelas ações governamentais e dependem essencialmente de investimentos. Neste modelo de segurança real, o ciclista percebe ao seu redor a construção de elementos estruturantes que lhe garantem o bem-estar em sua bicicleta. A segurança subjetiva se relaciona com seu psíquico e minimiza seu estresse mental de medo sobre sua integridade física. E um terceiro conceito parece ser a segurança social em que as ações públicas de segurança e policiamento garantem a tranqüilidade do ciclista e de sua bicicleta. Pouco vai adiantar o esforço de cicloativistas sem a garantia desses conceitos em prática. O que se nota é que apesar do grande esforço em mostrar o quanto é seguro andar de bicicleta, não há uma relação direta de confiança para novos adeptos enquanto esse conjunto não for contemplado de fato. Normalmente, o principiante investe seus olhares na segurança subjetiva e social, pois é a partir daí que ele pode dar confiabilidade para si e para seus parentes e amigos como modal de escolha. Voltando-se para o exemplo holandês, verifica-se que a segurança subjetiva é conquistada por meio de algumas atitudes básicas como em não se misturar o tráfego de automóveis em alta velocidade com ciclistas; separação das ciclovias a uma distância razoável daquelas avenidas de intenso trânsito de carros e daquelas de alta velocidade; redução de velocidade dos automóveis em ruas residenciais; separação de ciclovias adequadas é importante na conquista da segurança subjetiva do ciclista e não pode estar compartilhada com o fluxo de pedestres; entroncamentos precisam garantir a prioridade do ciclista ou, no mínimo, preservar sua vez de modo seguro e também a criação de barreiras acústicas naturais ou distanciamento de locais de trânsito barulhento também proporciona segurança subjetiva. A segurança social referida anteriormente nada mais é do que a tomada de ações em que o ciclista se permita a entrar em ruas e túneis com tranqüilidade de iluminação e vigília das autoridades públicas, estacionar com segurança e tranqüilidade em sua bike, bem como transitar por ciclovias amplas, sem barreiras e limpas são itens determinantes para que mais e mais pessoas se sintam incentivadas à prática do ciclismo como meio de transporte urbano. Por outro lado, não deve ser nada incentivador aos principiantes observar a circulação de ciclistas equipados com joelheiras, capacetes, cotoveleiras e outras armaduras, pois desta forma passam a grande imagem de insegurança do veículo... Mas, como não estamos numa Holanda, fazer o quê, não é mesmo?!
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