Em julho de 2010 publiquei, aqui no blog, um post relacionado com o endeusamento de automóveis e tendo como título “O totemismo do automóvel”. O assunto jamais estará desatualizado e, por isso, volto a comentar sobre um outro aspecto. Não tenho a mínima intenção de condenar o automóvel, mas o que sempre me preocupa é o destino de vidas humanas enquanto escravas de uma máquina ineficiente embora ainda de utilidade para muitos que necessariamente dependem dela. O modismo do automóvel já perdura por um século ou mais e dá sinais que ainda pode continuar por muito tempo. O problema não está apenas na máquina automotiva em si, mas e muito mais em seus condutores. À máquina reserva-se a ineficiência de seu projeto que, ocupando um espaço de 6 m² e pesando aproximadamente 2ton, transporta em média 1,3 pessoas com um custo altíssimo para o meio ambiente e para o sistema de saúde pública. Ao seu condutor está a ineficiência de operacionalidade de uma máquina capaz de matar e mutilar. Como conseqüência deste dueto perigoso, a vida em grandes e médias cidades se torna estressante quando o assunto é mobilidade. A máquina traz consigo sofisticações tecnológicas que permitem atingir velocidades absurdas, mas para quê? As leis estabelecem limites! Ok.. Ok... Diriam alguns que é para serem burladas! Deus do céu! A sedução provocada pelos fabricantes automotivos investe na tentação de beber ao volante (tem até porta-cervejinha), aposta em distração ao volante com inúmeros acessórios e eletrônicos em seu interior e joga todas as fichas no desejo de ostentação que é a grande arma do mundo capitalista. Já não se fala mais a que ou a quem serve o carro, a ordem agora é para que se tenha um deles mesmo que seja útil só de vez em quando. Afora gafes estruturais de eficiência na conversão de energia em trabalho, o automóvel ainda assim é útil para muitos que sabem usá-lo e para variados serviços de utilidade coletiva de um povo. Retirar o automóvel de moda é um desafio que não parece muito difícil em virtude do mau uso dado a ele nas últimas décadas. Como a exemplo dos velhos casacos de pele, cigarros “hollywoodianos” ou antiquados chapéus de pena que ficaram no passado!
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