Uma coisa é importante que se diga aos gestores públicos municipais desse país e, em especial, aos desta cidade na qual resido há exatos 14 anos: boas calçadas são sinalizadores de um estado evolutivo da sociedade. Não é o que acontece aqui e em muitas cidades espalhadas pelo país onde calçadas não merecem a mínima atenção, diferentemente das vias urbanas em que se prioriza mais espaço para os automóveis. E a sociedade tem sua culpa em parte, pois não recordo de nenhuma notícia reivindicatória do povo em prol das calçadas com qualidade. Entretanto, é fácil verificar o inconformismo diante de buracos no asfalto ou dos congestionamentos constantes, mas buracos em calçadas... Quase não se faz notícias e por quê? São questões culturais que dependem de uma boa base educacional e de conceitos democráticos que ainda não estão ao alcance de todos. Exemplos de abstinência educacional estão em cada esquina para quem quiser analisar. O egoísmo, falta de respeito, intolerância e individualismo estão crescendo como ervas daninhas nos jardins da classe média principalmente. A desestruturação no trânsito é apenas um sintoma de décadas de uma grande ilusão social urbana em que o Estado tenta alimentar uma idéia consumista sem fim e desequilibrada em suas raízes. Outro grande engano é achar que o aumento da oferta de transporte público irá diminuir congestionamentos. A solução é diminuir e desestimular o uso de carros com coragem e ousadia, coisa que não faz parte de nossos políticos. Na outra ponta decisória sobre compartilhamento de trânsito está a força de fiscalização com penas mais duras aplicáveis sobre motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres. Todos devem ser responsabilizados pela segurança do outro. Urbanizar não é criar mais espaço para carros e viadutos. Urbanizar é tornar o ambiente das cidades mais agradável para todos e isso não está acontecendo por aqui. Será tão difícil assim enxergar algo tão óbvio?
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