É fácil observar o aumento de usuários de bicicletas a cada dia. A única ressalva é que essa ampliação é mais relevante entre os que a procuram como lazer ou esporte, o que não deixa de ser menos importante. No fundo o que existe é um grande esforço nas principais cidades desse país de grupos ciclísticos interessados em divulgar suas atividades esportivas, e esse esforço é saudável e muito importante ao incremento de uma nova cultura social que valorize o ciclista como um todo. Enquanto observamos e participamos dessa massa bicicletista, conscientizamo-nos pouco a pouco das vantagens proporcionadas sobre essa máquina de propulsão humana sobre duas rodas. Porém há poucos dedicados na conscientização da utilização diária da bike em centros urbanos, talvez haja nesse ínterim o silêncio e a ausência governamentais que desestimulam bons argumentos aos novatos sobre segurança e rapidez no trânsito. Claro que muitas outras questões podem estar aí embutidas também! Lembro que há uns dois anos vi um artigo sobre a idéia de um ciclista europeu em colocar em suas camisas um recado aos motoristas em que lá estava escrito tipo ‘vá mais rápido de bike’ e em seguida o endereço de seu site. Na realidade o que ele mesmo observou foi que isso quase nada contribuiu na ‘conversão’ de novos adeptos. Seu artigo no site teve muito pouca resposta positiva pelos usuários de automóveis, mas serviu como reflexão de novas estratégias. Numa pesquisa realizada em Copenhague se descobriu que 56% dos que usam regularmente a bicicleta o fazem pela facilidade e rapidez no trânsito. Por extensão ao Brasil, acredito que a análise deva recair sobre o que implica no desestímulo ao uso e como reverter esse pensamento. Provavelmente há de se criar primeiro o hábito de pedalar e sair do sedentarismo e, como falei no início, há grupos de pessoas realizando esse grande trabalho. Em segundo lugar, temos de envolver os atuais gestores e escolher os futuros que idealizem modernos conceitos urbanos de mobilidade e estruturação cicloviária que possam garantir a segurança para o ciclista e sua bicicleta. E por último, exigir que a iniciativa privada adote medidas de adaptação a esse novo público de empregados e consumidores. Obviamente que todo e qualquer esforço é importante, mas estrategicamente o grande trunfo está nos grupos ou associações ciclísticas que já estão realizando seu papel. Os passos seguintes dependem de bons exemplos, de bons argumentos e de boas idéias.
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