Guias

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Desafios no transporte urbano

Numa análise sobre a tese de doutorado da pesquisadora Flávia de Souza, na qual apresentou pontos sobre a integração de bicicletas à rede de transportes públicos, percebe-se que há pontos relevantes que precisam ser considerados e que podem contribuir para a realidade brasileira. Sua tese foi desenvolvida na Universidade de Twente, Holanda, em parceria com o programa de pós-graduação em engenharia da UFRJ e apresentado em Seminário no campus da UFRJ no primeiro trimestre de 2010. Como todo o resultado tem referência o Rio de Janeiro, não fica difícil estender muitos pontos do estudo ao restante das maiores cidades brasileiras com algumas ressalvas, claro! Ela afirma em seu trabalho que se faz necessário, além do aumento das vias para ciclistas, investir em bicicletários nas estações de trem, metrô e ônibus. A realidade foi diagnosticada em dois locais do Rio, os principais problemas envolvem a segurança nos pontos de estacionamento, distância até a estação e o alto preço do bicicletário. Para ela, também seria positivo uma iniciativa de financiamento governamental da bicicleta para a população de baixa renda com a finalidade de fazer com que um dos trechos usados em ônibus ou trem fosse realizado por bicicleta. Logicamente isso também implica numa expansão da malha cicloviária bem planejada que atenda as reais necessidades dos usuários. Flávia acredita que o povo carioca tem boas chances de aceitação desse processo pela natureza receptiva e cultura ciclísticas, não tendo preconceitos e estigmas arraigados verificados com mais intensidade em outras regiões do país quando o assunto é a bicicleta. A Secretaria de Transporte do Rio apesar de afirmar que tem a segunda maior rede de ciclovias da América Latina, Flávia assim analisa “O que temos não é malha cicloviária, são ciclovias. Malha é um sistema integrado. Ter a segunda ciclovia da América Latina já é alguma coisa sim, mas você perceba que essas vias estão próximas à praia ou na Lagoa, ou seja, está associado ao lazer, não é para bicicleta como meio de transporte do dia-a-dia”. O sistema de aluguel de bicicletas criado no ano passado no Rio de Janeiro ainda é falho e ela adverte quanto aos contínuos roubos, noutra ponta a realidade mostra sua utilização para o lazer de muitos turistas apenas. O objetivo do encontro através desse seminário, realizado na Coppe em parceira com a Cycling Academy Network (CAN), é debater as soluções para a inclusão da bicicleta como meio de transporte desenvolvidas na África do Sul, Tanzânia, Índia, Holanda e Brasil. O CAN foi fundado em 2007, na Holanda, país referência no uso da bicicleta como meio de transporte. Em 2008, representantes da instituição reuniram pesquisadores dos quatro países em desenvolvimento para acompanhar os estudos em cada região. “Não adianta trazer exemplos bem sucedidos em outros países, porque as realidades são muito diferentes”, afirmou Martin van Marrseveen, coordenador técnico do CAN. “Não estamos aqui para parar o trânsito de carros e veículos motorizados, mas sim para incluir a bicicleta como meio de transporte”.

sábado, 26 de junho de 2010

Exemplos que moram ao lado !

Outro dia estava eu realizando compras em um supermercado e, num determinado setor ao escolher certos produtos, fiquei atento por alguns minutos ao ouvir a palavra ‘bicicleta’ na conversa que se desenvolvia do meu lado entre dois senhores. Eles aparentavam cerca de sessenta e poucos anos, mas relatavam histórias com imensa vitalidade e energia. Ambos se encontravam depois de muitos anos e já estavam aposentados em suas devidas carreiras de trabalho. Falavam sobre as realizações obtidas com o trabalho, discursavam acerca de seus filhos e netos, colocavam em dia os valores da vida e, sobretudo, se reconciliavam naquele momento com os mesmos ideais que eram divergentes no passado. O que mais me chamou atenção naquele instante é que eu já havia me encontrado diversas vezes com um deles no mesmo local e algo sempre me deixava intrigado por sua presença sempre cantante com melodias suaves e alegres a todo o momento. Coincidentemente, nesse dia não foi diferente. Bem...voltando àquela abstração da conversa ‘alheia’, como disse antes, fiquei interessado quando o assunto se voltava para uma bicicleta. Aquele senhor de cabelos brancos, esguio e de bem com a vida só se constrangia quando falava de sua bicicleta como meio de transporte em suas atividades cotidianas. Ele relatava sobre as dificuldades que encontrava para guardá-la em lugar seguro, falava sobre a pressa e incompreensão dos jovens em seus carros que vêem a bicicleta como obstrução ao tráfego, colocava questionamentos de gestão pública em favor dos ciclistas e do esquecimento político sobre a utilidade da bike quanto à mobilidade urbana mais inteligente e coisas do tipo que estamos tão acostumados a vivenciar no dia a dia. Ao fim da conversa, o velho ciclista demonstrou toda sua indignação quanto ao preconceito de alguns de seus novos vizinhos. Mesmo tendo condições financeiras para andar em um bom automóvel e já possuir alguns bens imóveis que lhe deu a tranqüilidade necessária, ele não se interessava em demonstrar nenhuma ostentação pública. Segundo ele, após aderir ao uso da bicicleta em suas atividades depois da aposentadoria, alguns vizinhos já haviam lhe perguntado se era ele algum vigia ou trabalhador braçal a serviço daquela que era sua própria casa, pois o achavam estranho naquele ambiente num entra e sai de bicicleta. Ele finalizou ao outro então dizendo que a bicicleta lhe trouxe a energia de viver, mas lhe fez descobrir o quanto ainda é motivo de preconceito pela população. É fácil perceber essa realidade, a contaminação das mentes pelo capital rotulou a bicicleta como ‘coisa para pobre’ ou ‘brinquedo de rico’. Longe disso, precisamos abrir nossas mentes para o sentido da vida e não nos preocuparmos com exemplos de vidas que, muitas vezes, moram ao lado.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Pedalando em grupo !

Ultimamente as tarefas e os afazeres diários têm me deixado um pouco distante do blog. Enquanto isso, quero deixar aqui uma preciosidade de invento que é à prova de qualquer grupo do 'bolinha' ou da 'luluzinha' sem a necessidade de parar com as pedaladas. Bicicleta maluquinha essa, hein!? He He He He

sábado, 19 de junho de 2010

Selo 'the versatile blogger'

Recebi com muito carinho esse selo do bikelando e passo agora adiante. As regras são para falar nove coisas sobre minha pessoa e mandar esse selinho acima para mais outros nove amigos.
As minhas nove coisas:
1. Deus e minha família acima de tudo.
2. Adoro fidelidade em tudo.
3. Tenho pavor de pessoas que maltratam os animais.
4. Não tenho nenhum apego material.
5. Não tenho papas na língua para falar o que penso.
6. Ainda sonho com socialismo.
7. Gosto de simplicidade nas pessoas e nas coisas.
8. Acredito na bicicleta e em minhas leituras.
9. Amo meu país Brasil.

Envio esse selo para:
Imagens e Viagens
Vinte e Uma Marchas
Mar e Brisa do Saber
Por cidades mais sustentáveis
Ciclovia Digital
Bike Sem Limites
Aninha
Cicloturista Urbano
Daguvasco

A maior flor do mundo ! Viva Saramago!

É com muito pesar que vejo a partida de Saramago, um dos meus escritores prediletos. E em sua homenagem ponho aqui um pequeno vídeo representante desse ilustre que entrou para a eternidade.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Formando novos ciclistas!

É fácil observar o aumento de usuários de bicicletas a cada dia. A única ressalva é que essa ampliação é mais relevante entre os que a procuram como lazer ou esporte, o que não deixa de ser menos importante. No fundo o que existe é um grande esforço nas principais cidades desse país de grupos ciclísticos interessados em divulgar suas atividades esportivas, e esse esforço é saudável e muito importante ao incremento de uma nova cultura social que valorize o ciclista como um todo. Enquanto observamos e participamos dessa massa bicicletista, conscientizamo-nos pouco a pouco das vantagens proporcionadas sobre essa máquina de propulsão humana sobre duas rodas. Porém há poucos dedicados na conscientização da utilização diária da bike em centros urbanos, talvez haja nesse ínterim o silêncio e a ausência governamentais que desestimulam bons argumentos aos novatos sobre segurança e rapidez no trânsito. Claro que muitas outras questões podem estar aí embutidas também! Lembro que há uns dois anos vi um artigo sobre a idéia de um ciclista europeu em colocar em suas camisas um recado aos motoristas em que lá estava escrito tipo ‘vá mais rápido de bike’ e em seguida o endereço de seu site. Na realidade o que ele mesmo observou foi que isso quase nada contribuiu na ‘conversão’ de novos adeptos. Seu artigo no site teve muito pouca resposta positiva pelos usuários de automóveis, mas serviu como reflexão de novas estratégias. Numa pesquisa realizada em Copenhague se descobriu que 56% dos que usam regularmente a bicicleta o fazem pela facilidade e rapidez no trânsito. Por extensão ao Brasil, acredito que a análise deva recair sobre o que implica no desestímulo ao uso e como reverter esse pensamento. Provavelmente há de se criar primeiro o hábito de pedalar e sair do sedentarismo e, como falei no início, há grupos de pessoas realizando esse grande trabalho. Em segundo lugar, temos de envolver os atuais gestores e escolher os futuros que idealizem modernos conceitos urbanos de mobilidade e estruturação cicloviária que possam garantir a segurança para o ciclista e sua bicicleta. E por último, exigir que a iniciativa privada adote medidas de adaptação a esse novo público de empregados e consumidores. Obviamente que todo e qualquer esforço é importante, mas estrategicamente o grande trunfo está nos grupos ou associações ciclísticas que já estão realizando seu papel. Os passos seguintes dependem de bons exemplos, de bons argumentos e de boas idéias.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

O espírito da coisa!

Ao longo de muitos anos venho aprendendo que a vida é uma aula de campo. Todos nós, absolutamente todos, temos ensinamentos diários que se acumulam em nossa biblioteca da memória e deveriam nos servir como instrumentos da paz e do desenvolvimento interior. As coisas boas que nos trazem alegrias e o sucesso tem em sua essência a efemeridade e a eternidade ao mesmo tempo. Enquanto isso, as coisas ruins assemelham-se ao poço da imortalidade mesmo que durem uns poucos segundos. Costumamos, pela própria natureza humana, computar o que passou negativamente sem fazer uma análise sobre o quanto aquilo nos foi importante e nos elevou para uma redenção ainda maior. Sou um ser espiritual e acredito na força que corre em minhas veias quando encaro desafios. Também sou um homem da ciência que confia nos valores dos descobrimentos e nos destinos da evolução. Mas antes de tudo sou um ser social que respeita a individualidade quando esta é benéfica a todos. Tudo vejo com harmonia e tudo posso com vontade! É a certeza do prazer diário em minhas pedaladas que me enchem de adrenalina para o dia seguinte. Naquele momento que estamos eu e minha bicicleta sinto a interação entre nós e como resultante um dia mais feliz. Isso não é acaso, mas é o encontro daquilo que já foi uma busca! Quando me dei por conta, pedalar me fazia pertencer ao outro lado da vida com reflexões, relaxamento mental, exercício corporal e principalmente com a sintonia do mundo em volta. Quando estou montado em minha bike, cada curva tem uma brisa que sopra diferente, o silêncio toma conta de mim, percebo a cada quilômetro um aroma diferente daquele que já vivi, e o tempo pára e me observa no espaço dinâmico e colorido em cada esquina que atravesso. A vida também pode ser assim em toda sua plenitude. Esquecer-se do que nos empurra para trás e concentrar-se na força que nos move adiante com toda sua beleza. Pequenos detalhes do dia me satisfazem sem nenhuma inveja dos que se interessam apenas pelo prazer material do ter. Nesse prazer que vivo no dia a dia está o abraço gostoso de minha mulher quando retorno para casa, o sorriso de meus filhos em pequenas descobertas ou apenas naquele bom dia da grande paz do meu lar. A felicidade não pertence a um templo lá fora, mas ao templo que está dentro de nós. É nesse templo que mora o Criador e faz com que cada um seja livre ou prisioneiro de suas escolhas. Aprendi sim que simplificar a vida desmistifica e nos revela o verdadeiro espírito das coisas!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O dia em que a bicicleta “correu” de Lampião!

No próximo dia 13 de junho se comemora aqui em Mossoró a efetiva resistência dos munícipes à invasão pelo bando do mais famoso cangaceiro nordestino, o Lampião. A literatura em torno desse ícone é ampla e cheia de controvérsias, mas diante de tantas histórias daquele temido homem nordestino há uma que escolhi destacar pela curiosa importância que teve a bicicleta nesse entremeio. A foto abaixo é uma das melhores que sobreviveram ao tempo e foi batida no Largo da Igreja Matriz da cidade de Limoeiro do Norte/CE pelo então fotógrafo Francisco Ribeiro que em sua bicicleta se dispôs a revelar a foto aqui na cidade potiguar.. Não se sabe ao certo se ele percorreu esses 90 km que separam as duas cidades em sua bike, mas levando em conta a tensão daquele momento é muito provável que o “cabra” tenha mesmo saído em disparada. Para que se entenda melhor esse momento de apreensão, vou tentar explicar melhor o período que se antecedeu para a realização desta foto.
Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e seu bando (pouco mais de 40 homens) entraram em território potiguar pela cidade de Luís Gomes na noite do dia 9 de junho de 1927 e tinham como objetivo realizar uma invasão na cidade de Mossoró que contava na época com 25 mil habitantes. Era uma grande cidade para a época. Lampião costumava invadir cidades pequenas e esse seria seu primeiro e maior desafio, mas foi um fracasso de acordo com a História. Aos 12 de junho daquele ano, o grupo de Lampião chega ao povoado de São Sebastião, hoje cidade de Governador Dix-Sept Rosado. Enquanto isso, Mossoró comemorava suas festas juninas quando chega um telegrama urgente para o prefeito Rodolfo Fernandes relatando sobre as intenções do bando de Lampião em invadir o município. O prefeito imediatamente manda esvaziar a cidade, monta diversas trincheiras nos arredores, e então recebe um bilhete. A pequena mensagem exigia 400 contos de Réis para que a cidade fosse poupada do ataque, mas Rodolfo Fernandes recusa e em outro bilhete diz que aguarda o bando à bala. Cerca de 300 homens mossoroenses se dispuseram armados e se espalharam em pontos estratégicos. Lampião, então, resolve dividir três grupos de ataque e parte para o assalto à cidade. Às 16h do dia 13, a “chuva de balas” se inicia na zona urbana, um grupo ataca a casa do prefeito, outro se dirige para a estação ferroviária e outro entra pelo cemitério. Uma hora depois, Lampião começa a recuar e deixa para trás dois de seus principais integrantes, Colchete abatido a tiros e Jararaca ferido e preso. Os cangaceiros fogem e tomam rumo para a cidade de Limoeiro do Norte no Ceará. O Juiz de Paz cearense, Custódio Saraiva, recebe antecipadamente a notícia do ocorrido em Mossoró e sobre a direção tomada pelo grupo de cangaceiros. Sem força policial naquele instante, o Juiz resolve esvaziar a cidade. Lampião chega em missão de “paz” na cidade no dia 15 de junho e traz consigo dois (há quem fale em quatro) reféns capturados durante a tentativa de invasão, Dona Maria José e o Coronel Gurgel que era o sogro do gerente do Banco do Brasil potiguar. O Rei do Cangaço exige um resgate de 80 contos de réis pelos reféns, sendo este solicitado por telegrama enviado ao prefeito Rodolfo Fernandes pelo Juiz de Paz Saraiva. Enquanto aguarda a chegada do pagamento do resgate, Lampião é “presenteado” com um jantar num hotel da cidade ao Largo da Igreja Matriz. Aliás, seu intuito seria jamais atacar cidade alguma da terra de seu “Padim Ciço”. De acordo com relatos, um fotógrafo foi chamado para que realizasse duas fotos de todo o grupo com seus reféns. Francisco Ribeiro de Castro, ciclista e fotógrafo, realizou seu trabalho e saiu em sua bicicleta a toda velocidade em busca de revelar, em Mossoró, a foto antes da partida do grupo.Este fato não se concretizou pela retirada antecipada de Lampião diante da notícia de aproximação de policiais. Hoje em dia, os visitantes podem conhecer um pouco dessa trajetória de Lampião, nesta cidade potiguar, através do Memorial do Cangaço onde se pode observar vasto material acerca do assunto. Embora existam alguns poucos relatos de situações embaraçosas de Lampião e a bicicleta, sabe-se que ele nunca aprendeu a pedalar mesmo, levou tombos e foi alvo de chacotas de seus amigos do bando. De toda maneira, vê-se a grande encruzilhada em que se meteu esse ilustre fotógrafo ciclista naquele dia de tensão e medo.



P.S.: Quem tiver interesse sobre a história do cangaço no nordeste do Brasil acesse o link http://sbec-mossoro.blogspot.com/. Existem estudos muito criteriosos aos interessados.

sábado, 5 de junho de 2010

Curiosidades

Relato aqui alguns tópicos curiosos da cartilha elaborada pelo CREA do Espírito Santo que trabalha como coadjuvante no incentivo de novas ciclovias e uso das bicicletas. Não deixa de ser um exemplo para que outros órgãos representantes de classe também se voltem à idéia e encarem o problema da mobilidade urbana com seriedade técnica.
  1. Diz-se que a bicicleta é “transparente” ou “invisível” na circulação, não só por suas características físicas - extremamente simples -, mas também pelo baixo impacto que causa ao ambiente, seja pelo porte da infra-estrutura necessária à circulação e ao estacionamento, que demanda pouco espaço, seja pela ausência de ruídos e de emissão de gases poluentes.
  2. As bicicletas são, portanto, os veículos individuais mais utilizados no País, constituindo a única alternativa ao alcance de todas as pessoas, não importando a renda, podendo ser usadas por aqueles que gozam de boa saúde, a partir da infância até a idade mais avançada.
  3. No Rio Grande do Sul, a Federação Gaúcha de Ciclismo cadastra as bicicletas dos seus associados. O registro é baseado na cópia da nota fiscal, na marca, no modelo e no número impresso no quadro do veículo. Essa medida vem evitando a recompra de bicicletas roubadas.
  4. A Organização das Nações Unidas (ONU) elegeu a bicicleta como o transporte ecologicamente mais sustentável do planeta. Embora o veículo tenha recebido essa honraria, muitos países não concedem atenção às necessidades dos seus usuários.
  5. Na Europa, 30% dos trajetos curtos - menos de 3 km - são feitos de carro. Nesse espaço, a bicicleta é mais rápida e pode substituir o automóvel.
  6. Em Dublin (Irlanda), 11% da população têm a bicicleta como o principal meio para ir ao trabalho.
  7. A Suécia é um país frio, mas 33% de todo o deslocamento realizado em Västerãs (115 mil habitantes) é feito por bicicleta.
  8. A Suíça não é um país plano, e mesmo assim a bicicleta é utilizada em 23% dos deslocamentos, em Basiléia, com 230 mil habitantes.
  9. Dinamarca e Holanda, países planos, lideram a utilização da bicicleta na Europa, com 958 e 1.019 quilômetros percorridos por habitante, respectivamente, a cada ano.
  10. Em Redmond, noroeste dos EUA, os ônibus urbanos têm espaço para transportar duas bicicletas. Até mesmo os paramédicos as utilizam.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Perspectivas urbanas!

Impressiona-me o estilo de vida ocidental e moderno com sua cultura que gira em torno do automóvel e do sedentarismo. Não é de se estranhar que a China, seduzida pelo mundo capital, também esteja se ocidentalizando em seu estilo de vida. O número de carros por lá aumenta a cada ano e traz perigo crescente aos que circulam em suas bicicletas. Ou seja, é um processo inverso do que ocorre nos países já desenvolvidos. As grandes potências econômicas agora estão numa situação crítica urbana de circulação de pessoas e do bem-estar de sua população e buscam mais humanização das cidades. O Brasil não foge à regra e aumenta sua frota a cada ano com incentivos governamentais que injetam dólares à economia, que geram empregos, que geram consumo, que geram lixo, que geram gastos, que geram mais impostos e assim vai... Enfim, vivemos num mundo em desenvolvimento do quê? Fatalmente iremos ter um colapso ambiental urbano e rural. Não seria mais fácil pular essa etapa e copiar o que já está à frente dessa ótica consumista e caótica? Pois é, o pior que não é nada fácil modificar o comportamento psicológico das pessoas. Estamos todos envolvidos num complô social que nos abraça e não nos deixa sair desse estado mental das coisas. A leitura de um artigo na revista TIME me chamou a atenção para o depoimento de Adam Greenfield (29 anos), um cineasta britânico e residente nos EUA, que descreve sobre sua experiência de abdicar do automóvel, táxi e motocicletas por um ano. Segundo ele, foi a forma de mostrar que todo mundo pode viver sem esses elementos do dia a dia. A economia em dinheiro foi em torno de dez mil dólares no ano sem falar na alegria que ele decifrou em conhecer o outro lado da vida em uma bicicleta nas suas viagens diárias. É bem verdade que a cidade de São Francisco onde ele reside tem uma boa estruturação para o tráfego de bicicletas, mas qualquer uma no mundo pode também ser transformada... basta mudar o paradigma, basta querer! Adam explica que a transformação nas cidades deve começar em tornar estradas mais atraentes e seguras aos ciclistas, construir bicicletários nos vários pontos da cidade, incrementar o transporte público com qualidade, e outras coisas já tão conhecidas por nós pedaleiros das cidades. Outro ponto de destaque é criar a descentralização dos eventos e das áreas de lazer a fim de reduzir os deslocamentos de carro para pontos centrais da cidade. E, por último, escolher seus representantes políticos que se comprometam com a qualidade de vida futura voltada para o bem de todos e do meio ambiente. Vivemos numa sociedade em que as infra-estruturas físicas são baseadas no pressuposto de uma fonte ilimitada de energia barata, mas não é bem assim! Precisamos envolver nossas famílias, vizinhos, amigos, colegas de trabalho e todo mundo a nossa volta no sentido de não cometermos tantos erros conhecidos e que terão um grande custo no futuro. É fácil? Não, não é! Mas não é impossível.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

ISOTÔNICOS

Há um grande mito em se falar que suar emagrece, principalmente entre os que usam a bicicleta como ferramenta auxiliar de emagrecimento. Verdade seja esclarecida! Quando suamos de forma abundante é hora de se preocupar com os riscos da perda excessiva de água e sais minerais que estão presentes em nosso organismo. Outro problema é quando se troca a água por isotônicos na esperança de minimizar ou prevenir a desidratação. Pois bem, devemos beber água ou isotônico nas atividades com a bicicleta? Para se obter uma resposta mais objetiva é melhor entendermos um pouco sobre esse tipo de bebida. Os isotônicos são formulações que se assemelham à constituição do plasma sanguíneo, ou seja, água + carboidratos + sais minerais (potássio e sódio) e , quando bem utilizado, serve para ‘restaurar’ a hidratação do organismo. Na transpiração perdemos esses elementos importantes que dão o equilíbrio hidroeletrolítico e que mantém todas as funcionalidades do sistema nervoso e dos órgãos vitais. Sendo assim, esses suplementos agem de forma benéfica porque repõem os eventuais elementos perdidos pelo suor. Muito provavelmente a desidratação quase nunca nos preocupa por se tratar de algo que julgamos estar distante, e realmente em situações cotidianas de pedaladas não estamos tão propensos assim. Mas dependendo do calor, do perfil do ciclista e do ritmo empreendido pode haver aí o risco no balanceamento de líquidos, conseqüentemente poderemos ter alguns sinais leves, moderados ou graves. Os sintomas variam conforme o grau e podem ir desde uma simples indisposição ou cansaço até tonturas, náuseas, câimbras, delírios e desorientação, entre outros. Costumamos beber água só a partir do momento da sede, entretanto não há duvidas que seja necessário ingerir água antes, durante e após as atividades de pedalar. Naquelas situações que perdurem por mais de 60 minutos e em situações de extenuação é aconselhável o consumo de repositores isotônicos (200ml) a cada meia hora a partir de uma hora da atividade iniciada. Estamos falando na ingestão de isotônicos em pessoas saudáveis, pois indivíduos acometidos por diabetes, problemas renais, grávidas e hipertensos sempre devem buscar orientação médica com antecedência para o tipo de restrição recomendada. Importante lembrar que energéticos encontrados em casas noturnas não são bebidas isotônicas e ainda contém cafeína como estimulante do sistema nervoso central. A água de coco é um bom substituto dos produtos industrializados e a variação no seu teor de água e minerais depende da estação do ano e da própria maturação da fruta. Portanto, se for utilizar algum isotônico fique de olho em suas reais necessidades!