Acompanhei atentamente os problemas vividos ultimamente no Rio de Janeiro em torno da violência gerada pelos narcotraficantes. Pude observar que o problema não está resolvido, mas uma tomada de decisões dos gestores públicos pode realizar milagres. Para isso é preciso coragem, pressão social, indignação pública e, sobretudo, admitir que o problema seja fato e necessita de atitude. Por que não se toma coragem para resolver o outro tráfico, o do trânsito? Mais de 37 mil de funerais por ano são realizados no país em decorrência das vítimas de ruas e estradas, inúmeros cidadãos vivem acuados ou presos em suas próprias celas motorizadas completamente imobilizados em engarrafamentos, 120 mil feridos são internados por ano de acordo com o Ministério da Saúde, milhões de brasileiros são reféns do transporte público caótico, inúmeros se viciam no automóvel a cada dia com o aval público, mas nada disso parece um problema às autoridades e, portanto, não merece atitude. Os projetos de mobilidade urbana são tímidos e míopes nos quatro cantos do país, pouco se faz, poucos têm coragem e muitos nem sabem o que significa a paz no trânsito. Mesmo assim, se quisessem fazer, a invasão de idéias e realizações aconteceria tal qual a do Rio, mas é preciso pressão, comoção, divulgação da verdade, indignação perante a inércia, participação popular. Os chefões do tráfego estão à solta. Somos cidadãos reféns à procura da libertação em nossas calçadas, em nossas avenidas, em nossas bicicletas!
2 comentários:
Acho que somos movidos a conforto. A solução bicicleta + transporte público não é AINDA um páreo forte contra ar condicionado, músiquinha no cd, e vidros escuros. Muitos simplesmente não acreditam que tirando os carros das ruas, o transporte público possa ser mais barato, mais confortável, mais rápido e mais pontual que com os carros! E isso para nem falar na bicicleta que liberta a quem usa. Mas é da insistência que se faz a cultura. E só resistindo e mostrando, e fazendo o que fazemos, pedalando e mostrando, é que conseguiremos vencer a mente entorpecida do gestores carrocratas! É uma luta que está apenas começando...
Vou acrescentar mais, caro Rogério, a maioria é movida pelo comodismo. Reinvidicações,suor,estudos,persistência...ihhhh, isso dá muito trabalho!
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