Muito provavelmente voltarei neste assunto em outras oportunidades. No fundo, esse texto simples está mais voltado aos que ainda não descobriram a bicicleta, pois ela sempre me trouxe alegrias ao longo da vida. Quando a observo em momentos de pura reflexão, vejo-a frágil, porém brava! Esse pequeno veículo é, para mim, uma máquina em muitas. É meu melhor amuleto, minha melhor máquina para ginástica, meu teletransporte para alegria, minha companheira de bate-papo, meu brinquedo de criança, meu jogo de quebra-cabeça predileto! Tem pontos negativos? Tem. É facilmente alvo de ladrões, não tem capacidade para muita carga, não é muito fácil pedalar no período de chuva, é muito lenta (e pra que pressa?), alguns acham que é um veículo perigoso, outros acham que é coisa de maluco... Bom, mas ela tem vantagens que superam, e em muito, tudo isso. Bicicleta não passa pelos constrangimentos de engarrafamentos, consegue se enfiar por lugares aonde carros e motos nem se atrevem, é econômica, não polui o meio ambiente, ajuda a manter a saúde. Mas tudo isso ainda não representa o principal. Ela me aproxima do mundo, das pessoas, da natureza e, por que não dizer, de mim mesmo! Os diversos espectros da sociedade são bem mais perceptíveis quando estou pedalando, as diferenças de um local para outro são mais bem observadas em suas variadas nuances e tudo se vê com mais detalhes. O uso da bicicleta não me diferencia de outras pessoas, mas me assemelha com as mais simples e mais valorosas em seu real sentido. A liberdade quando pedalo é meu maior tributo, meu grande troféu e meu melhor pódio. Quando recebo convites para participar de grupos de ciclistas, quase nunca isso me seduz! De certa forma, isso me tira um pouco o sentido de minha relação com a bike. Na maior parte pedalo sozinho ou com, no máximo, dois ou três amigos. Muitos grupinhos de ciclistas se reúnem para harmonia, um bom papo e diversão. Outros, porém, põem um sentido competitivo no passeio. E aí não faz parte do meu objetivo. Quando estou só, consigo sentir mais a pedalada, se é que me entendem! Embora, vez por outra, é muito interessante participar de pedaladas em grupos! Sempre aprendemos no conjunto com outras pessoas e nos variados comportamentos humanos também. O que diferencia pedalar uma bicicleta e dirigir um carro é o cérebro. No carro estou sempre preocupado nos problemas da própria vida com seus boletos bancários, com as decisões a tomar no trabalho ou com a organização do lar... Pedalando, por incrível que pareça, isso não passa pela cabeça! O mundo vira uma poesia de passado, presente e futuro. Não me passa medo de cair, machucar-se ou morrer. O que me passa é que estou a viver! Se algo quebrar ou pneu furar, a paciência sem estresse há de me encontrar sempre. Hoje sei que a bicicleta é parte de mim. Em alguns momentos da vida nos distanciamos um pouco pelas atividades do trabalho ou por algumas situações de saúde, mas sempre nos reencontramos em seguida com grande alegria. É uma maravilha pedalar!
4 comentários:
Pura poesia este seu texto, DJ. Gostei D+! Conseguiu colocar em palavras tantos sentimentos variados e só conhecidos por quem pedala, e que além disto, tem capacidade de perceber estas coisas. Uma maravilha! Um dia quero escrever como vc!
Bondade sua, meu caro colega! Suas opiniões sempre aqui deixadas me enchem de orgulho, pois conheço seus textos muito mais objetivos, direcionados e determinantes aos usuários deste maravilhoso veículo em duas rodas. Seus pensamentos me norteiam em variadas crônicas aqui no blog mas, principalmente, em combater os políticos pusilânimes das questões urbanas.Você sim escreve bem com uma magnitude que alcança nosso mundo sem fronteiras!
DJ, DJ, tenho que concordar com o Rogério. Palavras muito bem colocadas, como sempre. Pensamento conciso, texto com começo, meio e fim, e sempre cheios de sentido.
Muito bom!!! Parabéns!!
Grande abraço Roseli, e obrigado por suas considerações!
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