É bastante constrangedor rodar pela cidade num automóvel e verificar ‘in loco’ as atitudes antipáticas de motoristas quando se deparam com ciclistas no trânsito. Já não bastassem as inúmeras deficiências das pouquíssimas ciclovias aqui existentes, ciclistas ainda precisam enfrentar a feroz impaciência dos condutores de veículos motorizados que se lançam sobre as frágeis bicicletas. A ótica do mundo para quem está dentro do carro é outra. Quem sabe deveriam os motoristas utilizar a bicicleta por um dia para refletirem sobre as dificuldades dos ciclistas num centro urbano?! No universo centralizado dos carros existe o conceito de reinado absoluto, inexorável! Não raro, é comum ouvir de alguns motoristas a frase “ciclista nem paga imposto pra circular”. Como assim? E os impostos que todos pagam por qualquer coisa só para beneficiar os veículos motorizados? Desculpe, mas não suporto ouvir esse absurdo idiossincrásico. Outra coisa que me irrita é ouvir de um ciclista eleitor a frase “roubou, mas pelo menos fez” quando se refere àquelas porcarias de ciclovias mal elaboradas e jogadas pela cidade. Coisa pública merece respeito e ciclista deve exigir qualidade de serviços que são pagos com nosso dinheiro. Achar que é ruim porque é público, aí está o erro! É a falta de fiscalização e denúncia do cidadão que faz o político desonesto roubar e pouco realizar. Como havia dito antes, sob a perspectiva da “caixa motorizada” comparo, de maneira melancólica, a bicicleta semelhante às presas frágeis e indefesas a fugir de seus algozes urbanos. Nesse universo injusto das máquinas pesadas que rolam sobre o asfalto se faz necessário uma maior organização de ciclistas e pedestres na luta por suas garantias.
Um comentário:
Voce tem raçao meu amigo. E preciso que a gente seja mais consciente de que no só te deveres mais tambem dereitos.
E os dereitos tem que ser exigidos!
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